rede_globoQuem se informa apenas pela mídia brasileira até já esqueceu. A CPI da CBF, criada na esteira do escândalo envolvendo os altos escalões da Fifa e das tramoias feitas na escolha da sedes das Copas de 1998, 2010, 2018 e 2022, praticamente sumiu do noticiário. Já na mídia internacional, o assunto é tratado quase diariamente.

Esse “caladão” da mídia brasileira tem um motivo: os principais líderes do esquema são amigos íntimos das Organizações Globo – João Havelange, Ricardo Teixeira e J. Hawilla. Este último, além de chefiar o esquema de propinas na transmissão de futebol, é dono de uma afiliada da Rede Globo e sócio de um filho de João Roberto Marinho.

Se no Brasil o assunto está quase enterrado, nos Estados Unidos a investigação do FBI avança. Chuck Blazer, conhecido como Mister 100%, confessou na Justiça norte-americana que o pagamento de propina começou em 1992, para assegurar que a França fosse sede da Copa de 1998. O presidente da Fifa era João Havelange. O mesmo esquema foi usado para a Copa da África do Sul, quando o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, integrava o Comitê Executivo da Fifa. Parte da propina garantiu o direito de transmissão dos jogos, confessou Chuck Blazer. No Brasil, a beneficiada foi a Rede Globo.

As denúncias levaram o senador Romário, ex-craque, a apresentar um requerimento criando no Senado a CPI da CBF. E quem integra a tal CPI? A bancada da bola, dentre eles Zezé Perrella, ex-chefão do Cruzeiro e dono do helicóptero apreendido pela Polícia Federal com 450 quilos de cocaína.

A Globo tentou fingir que não tinha nada a ver com o escândalo. Em maio, um editorial do Jornal Nacional dizia que a Rede quer que “as investigações cheguem a bom termo e que o ambiente de negócios do futebol seja honesto”. Quem é obrigado a assistir aos jogos de futebol só depois das novelas da Globo, imagina o nível de “honestidade” desses negócios.

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