Não se trata de acusação, mas de confissão. Em livro publicado em outubro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu que, em 1996, foi alertado que um “escândalo” acontecia na Petrobras. O alerta foi feito por Benjamin Steinbruch, dono da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que havia sido
nomeado por FH para o conselho da estatal.

Era de se esperar que o então presidente determinasse investigação profunda na Petrobras para apuração das denúncias. No livro, entretanto, o ex-presidente admite que não tomou nenhuma providência. Esta revelação impressionante de omissão do governante máximo do país praticamente não teve repercussão, não ganhou manchetes escandalosas nem foi alvo de investigação de nenhum órgão.

A mesma parcialidade da imprensa, da Polícia Federal e da Justiça se dá em relação às doações recebidas pelo Instituto FHC. Os pagamentos ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva por palestras, apesar de legais e divulgados publicamente, são alvo de inúmeras ações e matérias na imprensa.

Já FHC trata o tema como sigiloso e praticamente não sofre pressão por isso. Enquanto a presidenta Dilma Rousseff não tem contra ela nenhuma acusação e
exige a apuração de todas as denúncias, FHC escreveu –literalmente – história bem diferente.