O pacote de maldades do governo do estado pode voltar à pauta de discussão na Assembléia Legislativa a qualquer momento. A análise das medidas propostas, com o aumento do desconto para a Previdência, revela ameaça profunda à sobrevivência dos servidores públicos estaduais.

Um professor, por exemplo, que tenha vencimento de R$ 2 mil, hoje é descontado em 11%, o que significa redução de R$ 220,00 mensalmente, resultando em valor líquido de R$ 1.780,00. Se o pacote for aprovado na íntegra, esse servidor verá a alíquota de 11% ser aumentada para 14%. Além disso, sofrerá um desconto extra de mais 8%, que vigorará por dois anos. Ou seja, 22% a menos no seu salário. Mensalmente, seriam menos R$ 440,00 na conta. Do vencimento bruto de R$ 2 mil, sobrariam apenas R$ 1.560,00.

Essa situação inaceitável é agravada por mais uma perversidade: a intenção de congelar os salários por 10 anos. A inflação terá um efeito arrasador no bolso do servidor. Um cálculo que considere o centro da meta inflacionária, 4,5%, bem abaixo da inflação real registrada anualmente, fará com que em uma década esse servidor que ganha hoje R$ 2 mil receba um salário equivalente a R$ 775,00.

A gravíssima situação dos servidores públicos a médio prazo afetará todos os cidadãos do estado que podem precisar dos serviços dos bombeiros, da polícia, dos hospitais estaduais ou mesmo de serviços como tirar documentos de identidade, licenciar veículos, estudar.

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