O deputado estadual Gilberto Palmares esteve ontem, 03/04, em reunião com lideranças do Horto para debater formas de evitar a remoção das famílias da área do Jardim Botânico. O Ministério Público determinou que 525 famílias sejam retiradas. Só que as mansões do condomínio Canto de Mello, construídas no mesmo espaço e ocupando uma área ambiental, estão tendo outro tratamento.

“Os moradores do Horto ganharam as terras para poder trabalhar no Jardim Botânico. Estamos falando de pessoas que moram no local há mais de 50 anos. Muitos ainda trabalham no Jardim Botânico e a Justiça mandou demolir suas casas. O espantoso foi que a mesma Justiça não optou pela derrubada das casas do condomínio de luxo porque, de acordo com o perito judicial, seria de ‘extremo radicalismo’, devido à natureza geográfica do local. A área não suportaria intervenções como demolições, movimentos de máquinas e caminhões. Segundo os magistrados, sendo a área de preservação permanente, a floresta e a vegetação local devem ser integralmente recompostas. Não podemos trabalhar com dois pesos e duas medidas”, protestou Palmares. O Condomínio Canto de Mello foi construído na década de 90. São 26 residências de luxo a menos de 500 metros das casas do Horto.

A luta pela moradia no Horto vai continuar. No próximo dia 8 de abril haverá um ato em frente à Secretaria do Patrimônio da União no Rio de Janeiro. Além disso, vários representantes vão à Brasília tentar uma reunião com as autoridades para debater o caso.